Classificação de resíduos descomplicada: guia completo!
Você sabe como realizar a classificação de resíduos sólidos de sua empresa?
No presente artigo, iremos te explicar como é realizada a classificação e identificação dos resíduos sólidos seguindo as regras da ABNT. Confira agora e tire todas as suas dúvidas!
O que é o processo de classificação de resíduos?
Este é o processo de determinação da composição química dos resíduos e suas propriedades físicas, químicas e biológicas. A caracterização dos resíduos deve ser realizada de acordo com normas específicas, ou seja, deve ser sempre realizada de acordo com os parâmetros definidos em determinada situação específica.
De acordo com a classificação da ABNT NBR 10004, entende-se que:
- Os resíduos perigosos são denominados como resíduos de classe I
- Os resíduos não perigosos são classificados como de classe II.
- Os resíduos classificados na classe II A são denominados não inertes
- E os resíduos da classe II B como resíduo inerte.
Resíduos classe I – Perigosos
Os resíduos perigosos podem ser definidos como resíduos de origem industrial, institucional ou de consumo. E devido às suas características físicas, químicas ou biológicas, são potencialmente perigosos para a saúde pública e para o meio ambiente, portanto precisam de tratamento, separação e manuseio especiais.
Conforme a norma NBR 10004, inflamabilidade, corrosividade, toxicidade, ecotoxicidade, explosividade e patogenicidade são as principais características de resíduos perigosos.
Em alguns casos, embora os agentes ativos possam ser líquidos ou gasosos, eles são classificados como resíduos sólidos porque estão confinados em recipientes sólidos. Exemplos típicos são solventes, tintas e pesticidas.
Resíduos líquidos, gasosos e em pó precisam de tratamento especial por padrão para evitar a dispersão dos resíduos. Geralmente, a coleta seletiva e o manuseio são estabelecidos para evitar o contato com resíduos não perigosos.
São considerados resíduos perigosos:
- Restos de tinta: São inflamáveis, podem ser tóxicas;
- Material hospitalar: São patogênicos, têm material genético de outra pessoa e você não sabe se há alguma bactéria ou algum vírus presente que pode te contaminar. Os resíduos médicos têm origem nos sistemas de saúde humana e animal, geralmente consistindo em medicamentos, equipamentos médicos usados, produtos químicos e farmacêuticos. Os resíduos médicos podem ser infecciosos, tóxicos ou radioativos;
- Produtos químicos: Podem ser tóxicos e reativos, isto é, reagir com alguma outra substância e causar incêndio ou serem corrosivos;
- Produtos radioativos;
- Lâmpadas fluorescentes: Dentro do vidro possui o mercúrio, que é considerado um metal pesado, que pode contaminar o ambiente em que ele for jogado. Ao ser solto na natureza, ele contamina outros organismos, causando problemas para o metabolismo de quem o absorver;
- Pilhas e baterias: Têm vários tipos de metais em sua composição que podem ser corrosivos, reativos e tóxicos dependendo do ambiente;
- O lixo eletrônico: É o resíduo de equipamentos elétricos e eletrônicos, como computadores, telefones e eletrodomésticos em fim de vida. Esse lixo é geralmente classificado como perigoso pelo fato de conter componentes tóxicos, como por exemplo, PCB e vários metais.
Você sabe como destinar esses materiais?
Esses resíduos necessitam de um tratamento diferenciado e uma gestão adequada, dando um ponto de partida para que as instituições contribuam para um meio ambiente mais saudável.
A maioria dos resíduos perigosos provém da produção industrial. O tratamento químico, a incineração, o armazenamento seguro, a recuperação e a reciclagem são alternativas de tratamento para resíduos perigosos.
Os materiais considerados perigosos precisam ter um tratamento especial com os processos de embalagem e transporte, sendo que o material transportado e o destino do mesmo deve ser identificado no veículo.
Para esses descartes, podem ser utilizados aterros para resíduos perigosos, conhecidos como aterro industrial Classe I. Assim os resíduos podem ser enterrados através de: solidificação, estabilização ou neutralização.
A resolução 5232/16 da ANTT, determina que o transporte de resíduos e/ou produtos perigosos deverá, obrigatoriamente, ser em embalagens homologadas (Big Bag homologado pelo Inmetro).
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Penalizações
Boa parte das instituições não sabem que estes resíduos devem seguir uma legislação, e que em caso de descumprimento poderão sofrer algumas penalizações, como por exemplo:
- Ser autuado;
- Risco de prisão dos responsáveis;
- Risco de perda do diploma profissional do responsável.
- E em alguns casos, as atividades da empresa poderão ser suspensas.
Para que as empresas não sofram estas penalizações e realizem transportes de resíduos perigosos de forma correta, os mesmos devem ser classificados e dispostos conforme legislação vigente.
Resíduos sólidos / Não perigosos
São todos os resíduos que não foram classificados como perigosos, como:
- papel,
- plástico,
- vidro,
- metal e latas de bebidas,
- resíduos orgânicos, etc.
Embora não sejam perigosos, os resíduos sólidos podem ter um sério impacto ambiental e na saúde se não forem coletados e tratados.
Por mais que haja uma proporção significativa de resíduos sólidos que podem ser teoricamente reutilizados ou reciclados, a coleta seletiva é um pré-requisito para reutilização e reciclagem, sendo um dos maiores desafios da gestão de resíduos sólidos.
Resíduos Não Perigosos Classe II A – Não Inertes
Conforme ABNT NBR 10006, são quaisquer resíduos que submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, e tiverem um ou mais de seus constituintes solubilizados e lixiviados.
Eles podem ter propriedades, tais como: Biodegradabilidade; Combustibilidade e Solubilidade em água. Geralmente, tem características semelhantes às do lixo doméstico. Resíduos desta classe merecem tanta cautela para destinação e tratamento quanto o resíduo classe I.
São resíduos com diversas formas, que mesmo não tendo capacidade de contaminação, podem poluir os rios, solos e atmosfera. Eles podem ser tratados, e também podem ficar inativos por muito tempo.
É difícil afirmar que esses resíduos não expressam problemas ao meio ambiente e à saúde das pessoas, já que todo resíduo destinado de forma incorreta tem capacidade para gerar sérios riscos ambientais.
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Resíduos Não Perigosos Classe II B – Inertes
Esses resíduos não possuem nenhuma das características dos resíduos de classe I.
Os materiais que compõem este grupo também não prestam quaisquer daquelas características de periculosidade que são vistas nos Resíduos Perigosos. Os resíduos inertes são substâncias que não solubilizam nem lixiviam.
Esses tipos de resíduos, não sofrem transformação química, física ou biológica quando em contato com água destilada ou deionizada. Mantendo-se igual por um longo período de tempo, ou seja, não apresentam solubilidade para tirar a boa potabilidade da água, a não ser no que diz respeito a mudanças de cor, turbidez e sabor.
A amostragem dos resíduos é realizada através da NBR 10007:2004.
Os resíduos inertes podem ser destinados em aterros sanitários ou reciclados, já que não liberam substâncias prejudiciais ao meio ambiente quando em contato com a água e o solo.
Conclusão
Reconhecer os processos de classificação de resíduos sólidos é muito importante para saber onde o nosso lixo é despejado.
Além disso, fomentar os devidos tratamentos para que ele seja reaproveitado, consiste em uma prática essencial das quais todos devem se atentar. Rever a forma com que é destinado os resíduos perigosos nos aterros, criar um plano de gerenciamento correto para o seu fim bem como se adequar a práticas ambientalmente corretas, são coisas mais do que pertinentes hoje em dia.
Esperamos que agora você tenha entendido de forma clara e descomplicada como funciona o processo da classificação de resíduos sólidos!
Em sua cidade os resíduos também são classificados e a destinação é feita da maneira correta? Conte pra gente nos comentários!